Não seria muita pretensão?
São 6h da manhã e cá estou eu, ansiosa pela hora do ultrassom.
Quando a médica fez o primeiro ultrassom, ela viu meus babys. Eu, vi uma paixão.
Pra mim, ser mãe é isso. Já amar mesmo sem conhecer, já proteger mesmo sem ver, já querer mesmo sem sentir. É ver a vida crescendo, dia após dia, dentro de mim.
É exatamente assim que ficamos quando nos tornamos mãe. E desconfio, que a partir daí, as borboletas nunca mais vão embora.
Dizem, que quando nasce um filho, nasce ali uma mãe. Eu acho que essa mãe já nasceu aqui dentro de mim. Ela só está à espera de plenificar essa certeza.
O peito já é de mãe, o corpo já é de mãe, a alma já se ilumina por esse amor e o coração já sente as angústias, ansiedades e certezas de uma mãe.
Como toda mãe, eu já tenho meus instintos. E um deles, sempre me disse, que eu carregava a tão sonhada Elisa. Mas, depois que eu soube que são gêmeos, me pego dividida. Serão Elisa e Miguel ou Elisa e Luisa? Para mim, um casal. Para o papai, duas princesas.
Há algum tempo, eu fiz um texto para Elisa. Mas hoje, esse texto é totalmente dedicado às duas pérolas negras, que carrego em meu ventre. Meu maior orgulho são vocês.
Ansiosa como sou, nunca pude esperar muito, nunca
aprendi a deixar as coisas acontecerem.
Sempre atropelei o tempo tentando roubar-lhe alguns minutos para transformar em agora.
Mas esta espera tem sido tão doce!
Eu esperei minha vida toda para olhar cada um nos olhos pela primeira vez.
Talvez, eu os tenha esperado mesmo antes de saber que vocês seriam meus e eu seria sua.
Hoje, me pego nessa curiosa situação de esperar ter nos braços dois seres lindos, dois anjos que estão agora mais perto do meu coração.Me pego envolta em sentimentos dúbios: a necessidade de proteção e a vontade de olhar nos olhos.
Me pego parada, imaginando vocês dormindo em minha cama, e eu lá, igual uma boba velando seu sono.
Me pego imaginando sorrisos, trocas de olhar, afetos, situações, abraços, beijos e canções de ninar.
Eu canto para vocês no chuveiro, eu canto na sala de estar, eu canto na cozinha, e esse canto não quer parar.
Eu busco expressões, imagino cores de cabelo e olhos. Imagino tamanhos, roupinhas, bonecas, enfeites, berços, quarto.
Eu não imagino o tamanho que ficará esse amor, quando eu finalmente pegar vocês no colo e ganhar aquele olhar que invade a alma e plenifica uma mulher.
Eu também não posso imaginar o amor imenso, lindo, que vou sentir quando amamentar cada um de vocês. E quem sabe ambos, ao mesmo tempo.
Eu, hoje, só imagino o tamanho do amor de Deus por mim. Pois ele me deu o meu sonho e me entregou a missão mais linda desse mundo, em dose dupla. A Ele, eu só tenho a agradecer.
E por fim, eu já desconfio, mas eu não mensuro, o tamanho do amor da minha mãe por mim. Quando ficamos grávidas, essa desconfiança aumenta, mas creio que só quando tiver vocês em meus braços, eu saberei a pessoa, a mãe, a mulher, o anjo que ela foi. E olha, que ela foi tudo de bom em minha vida. Tão boa, que me marca a cada dia, tão plena que eu não sou capaz de esquecê-la um só minuto.
A você Mãe, meu muito obrigada também. Eu sei que meus gêmeos são uma missão de Deus para mim, mas eu não tenho a menor dúvida que a Senhora estava lá na hora da decisão, velando por mim.
De Mãe pra Mãe: Dona Elen, EU TE AMO!
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