sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Creio que esse texto me ajudará futuramente

Desejar, tentar, sonhar, engravidar.
Descobrir que o presente chegou. Enfim... No meu caso, em dose dupla, a dose tão sonhada.
O corpo e a cabeça começam a mudar. E quanta mudança. A cabeça muda. E isso assusta muito. O corpo muda. Com o tempo, muda mais de uma semana pra outra. Começamos a semana ainda acostumando com as mudanças sofridas pelo corpo na semana passada. E quando menos se espera, mais mudanças. O tempo passa... e é implacável. A vida cresce dentro da gente. A barriga sente, os seios também. A cabeça, ah, a cabeça balança. Não sei se no mesmo ritmo. 
Começamos a perceber, que já não somos só nós. Nada mais nos pertence: nem o sono, nem a vontade de comer, nem as idas ao banheiro, nem o futuro, nem os planos, nem os pequenos detalhes de um dia. Se antes não estávamos a sós, agora menos ainda.
Se o tempo é companheiro, eu não sei. A dúvida sim, essa é uma companheira constante. Dúvida sobre ser ou não suficiente para tão pequenos seres; dúvidas sobre o corpo, a mente, a vida. Mistérios!
Eu penso no que me ocorre. Entendo? Nem sempre. Sei que é um milagre de Deus, o dom da vida, o do de gerar, o dom de transformar. Me pego pensando em como educar, pessoas que já me educam. Às vezes durmo, quase sempre sinto fome. Quase sempre mudo, às vezes me confundo. Sou o mistério, o tempo, a mudança. Gero e sou criança. A vida está a começar. Para mim e para elas. Cada novo dia é apenas mais uma janela de um tempo que eu não consigo mensurar.

Em meio a tantos compassos, um texto me dá uma luz.

Da Revista Crescer:

A atriz Carolinie Figueiredo é gente como a gente. Engordou muito nas suas duas gestações (a primeira de Bruna Luz, 2, a segunda de Theo, 8 meses), está ralando para recuperar o peso normal... e admite que não é fácil. Mais do que isso: está, como todas as mulheres que se tornaram mães recentemente, aprendendo a lidar com esse novo corpo pós-gravidez.
Hoje, ela postou no Instagram uma foto linda com o seu caçula, acompanhada de um texto "que já estava engasgado há meses":
"Como acolher o corpo do pós parto??? Como assumir esse corpo tão diferente? "Apesar de ter engordado bem mais do considerado “normal” (por quem? / pra quem?) As formas redondas da gravidez estão justificadas ali naquele ser dentro de você. Até o visual mais inchado era charmoso. Meu corpo grande e redondo combinava com aquela barriga, com o rosto mais cheio, as pernas fartas. As fotos ficavam lindas e completas!!! Mas quando sai o bebê, fica o vazio. Não só o emocional do pós parto, mas também o vazio do corpo. É a hora de encararmos aquele corpo novamente como sendo só nosso. E como ele tá diferente… Mais flácido, mais caído, mais marcado… ou só diferente!!! Também é o momento das quedas hormonais. Aqui sempre foram avalanches emocionais. É um abismo que mora dentro… um misto de contradição… amor, dedicação… amor… mas também dúvidas, amor, choques,solidão, amor, ausência… e saudades de mim mesma em primeiro lugar (mesmo que inconsciente ou escondido)!!!!! Como amar tanto um ser que veio de mim e me amar tão pouco? Como amar tanto essa nova pessoa que saiu de minhas células, do meu material genético e amar tão pouco meu próprio novo corpo? ... E a exaustão dos primeiros meses ? É o momento que nos permitimos dormir sem escovar os dentes, sem tomar banho. Comemos correndo antes do próximo choro. Entre uma risada e outra pras visitas e o cuidado intenso daquele ser, onde fica a mulher??? ... Olhar esse novo corpo que surgiu, acolher como sendo nosso novo corpo ou o corpo desse nosso novo momento é doloroso, é um ato diário de praticar o auto-amor, o desapego..."

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